Histórico

 
 
 
 
 
 
 
 
PPGCI/UFBA: ASPECTO DA HISTÓRIA
 
 
São muitos e frequentes os estímulos, de toda natureza e de múltiplas origens, para que se aprofunde a discussão sobre os novos papéis e valores da informação e dos profissionais que a ela se dedicam nos vários processos sociais, culturais e econômicos. Impulsionados pelas transformações resultantes do desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas de informática, microeletrônica e telecomunicações, acadêmicos e profissionais da área e também de outros campos do conhecimento, passaram a assumir, cada dia mais intensamente, as questões levantadas por aquelas transformações. Tornou-se irrecusável o fato de que o papel da informação assumiu tal grandeza que não mais se pode tolerar a ausência de estudos e debates aprofundados sobre ele.
 
Alcançaram-se, em consequencia, significativos avanços no aprofundamento dos estudos sobre a natureza das transformações que as tecnologias de informação e das comunicações ocasionam na sociedade mundial. A intensificação da globalização, a convergência tecnológica, de investimentos financeiros e também orgânica entre empresas nacionais e multinacionais que atuam na área, foram fatores que influenciaram as idas e vindas do debate. De um enfoque inicialmente tecnológico e econômico, as discussões passaram a ter como cerne o desenvolvimento humano e a exclusão social e digital.
 
Situados na vanguarda do desenvolvimento científico, tecnológico e cultural da humanidade, os estudos da informação se colocam, cada vez mais, como essenciais, tanto para a compreensão dos fenômenos sociais e econômicos da atualidade quanto para o desenvolvimento de programas e projetos.
 
Assim, consolidou-se, durante os dez anos da criação do ICI, o evento Cinform (Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa em Informação). O evento, que é reconhecido e classificado pelo Qualis/Capes, tem como objetivo congregar pesquisadores, professores, estudantes, profissionais e estudiosos dedicados ao ensino e à pesquisa em informação e áreas afins, para debater questões, problemas e reflexões teóricas sobre cultura, informação e a responsabilidade social dos cientistas da informação na sociedade contemporânea.
 
No aspecto da ciência e sua disseminação, no acesso às novas idéias, às novas formas de informar e partilhar conhecimentos, o ICI amplia e apresenta novas possibilidades de aprendizagem e comunicação por meio de projetos específicos de reorientação da formação profissional, de maneira a qualificar o alunado para interagir com a sociedade. Busca desenvolver, de forma sistemática, projetos de pesquisa e extensão de importância e interesse da comunidade que visa a um impacto social, contemplando a comunidade acadêmica a comunidade externa.
 
A ciência da informação é determinada pelas questões sociais. No contexto da história da cultura, vê-se que o acesso à escrita garante a superação das formas de transmissão oral, assim como esta garantiu a superação do mundo concreto, exteriorizado e mediado. A imprensa desenvolveu novas formas de acesso ao escrito. Os novos processos comunicacionais aceleram o acesso à informação, permitem novas maneiras de trocar experiências.
 
De forma exponencial, os avanços, as inovações na área da informação vêm dando novo sentido à economia, à política, à educação e, pode-se dizer, à sociedade como um todo, particularmente às relações sociais e à própria maneira de ser e estar no mundo.
 
 
A primeira iniciativa para o estabelecimento de um Programa de PósGraduação em Ciência da Informação, na UFBA, aconteceu em 1996. Através da Portaria nº 1086/96, de 10 de julho de 1996, foi firmado um convênio entre a UFBA e a UnB, interveniado pela Finatec, para a implantação de um mestrado interinstitucional na, ainda, EBD/UFBA, com o apoio financeiro da Capes. AEBD foi pioneira na implantação de um programa de pós-graduação strictu sensu interinstitucional no Brasil, pois, só após essa implantação, foram formalizados os programas interinstitucionais pela Capes.
 
Para a formulação do Programa, no mesmo ano de 1996, foi realizado o 1º Seminário de Pós-Graduação, sob a coordenação da Profa. Lídia Brandão, na gestão do Prof. Othon Jambeiro, como diretor da EBD. O objetivo desse seminário foi discutir as possibilidades para o estabelecimento de um curso de mestrado em Informação Científica e Tecnológica na EBD, que atendesse ao Nordeste brasileiro. A pauta desse evento tratou dos seguintes assuntos:
 
• Subsidiar a formulação de uma política de pós-graduação da EBD.
• Estabelecer a relação da pós-graduação da EBD com o contexto socioeconômico da Bahia e do Nordeste.
• Avaliar as condições de financiamento à implementação do Programa de Pós-Graduação em Informação Estratégica.
• Avaliar as possibilidades de intercâmbio com outros programas de pósgraduação e com instituições nacionais e regionais, relacionados com a área da informação científica e tecnológica
 
Participaram desse Seminário: Sr. Paulo Alvim (Finep); Robert Verheine (pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA); Cleilza Andrade (CADCT/Seplantec); Prof. Paulo Penteado (Coordenador do Programa de Pós-Graduação da Administração/UFBA); Raphael Lucchesi (Instituto Euvaldo Lodi); Prof. André Lemos (Faculdade de Comunicação da UFBA); Prof. João Damásio Filho (Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA) e Paulo Manso (Sebrae/BA).
 
A exigência de qualificação docente pelo MEC que desencadeou o movimento das Direções das Unidades de Ensino da UFBA, no sentido de que seus professores se tornassem mestres e doutores, e teve, na EBD, o total apoio da Profa. Maria José Rabello de Freitas.
 
Assim, o mestrado em Ciência da Informação, em convênio com a UnB, iniciou-se em 1997. Em 1998, com a inserção de novos cursos na EBD, fez-se necessária a mudança de denominação, já que se modificava seu objetivo, passando a denominar-se Instituto de Ciência da Informação (ICI). Em 1997/1998, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) estabeleceu os primeiros contatos com a EBD para firmar de um convênio com o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Ministério da Indústria e Comércio, sediado no Rio de Janeiro, visando a participar do curso de Especialização em Inteligência Competitiva, movimento em nível nacional.
 
Formou-se um grupo na EBD para trabalhar neste contexto. As professoras Lídia Brandão e Marilene Abreu ficaram como responsáveis para, junto a outros orgãos, promover a inserção da Bahia nesse processo. Foi realizada uma reunião na Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (Seplantec) com as presenças do secretário Waldeck Ornelas, da diretora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CADCT), hoje Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Cleilza Andrade, do diretor do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Amanso, das representantes da EBD, Lidia Maria Batista Brandão, coordenadora da Pós-Graduação, e Profa. Marilene Lobo Abreu, e do presidente do IBICT, José Rincon Ferreira, de um representante do Polo Petroquímico e da coordenadora do INT, Gilda Massari Coelho. Em 1998, o ICI estabeleceu parceria com o INT, que tinha um convênio com o Centre Scientifique de Saint Jerôme/Université Aix- Marseille III, para o curso de Especialização em Inteligência Competitiva. O convênio UFBA/INT/IBICT/ UFRJ foi assinado em 1999, quando teve início o curso.
 
Ainda em 1997 procedeu-se à formulação do Programa de PósGraduação em Ciência da Informação, com a ideia de instalar na Bahia o primeiro mestrado da área no Nordeste. A proposta, enviada à Capes para aprovação, fundamentou-se no conceito contemporâneo de informação como recurso estratégico, numa sociedade que já vinha, há algum tempo, sendo denominada de sociedade da informação.
 
Para assessorar na elaboração dessa proposta a Capes enviou uma consultora, a Profa. Rosali Fernandez, que apresentou, ao final, um parecer favorável para a criação do mestrado independente, que foi denominado de Mestrado em Informação Estratégica. A área de concentração recebeu o título de Estratégias de Disseminação da Informação, abarcando duas linhas de pesquisa: Informação e Contextos e Estruturas e Linguagens da Informação.
 
O mestrado foi aprovado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e pela Câmara de Pós-Graduação, sendo designada, pelo reitor Felippe Serpa, através da Portaria nº 354/97, de 12 de março de 1997, a Profa. Lídia Brandão como a primeira coordenadora do Colegiado da Pós-graduação da EBD para o biênio 1997/99.
 
A primeira turma teve início em 1998, com 10 vagas. Inscreveramse 54 candidatos, das mais diversas áreas. Os professores que formaram a banca de seleção foram: Caio Castilho (Física), Amilcar Baiardi (Agronomia), Luis Sayão (Física), Kátia de Carvalho (Biblioteconomia), Paulo Balanco (Ciências Econômicas). O destaque para as áreas de atuação dos professores serve para demonstrar o caráter interdisciplinar do programa que atendia à nova idéia da Capes, que permitia a composição do corpo docente ser da instituição UFBA e não somente da unidade de ensino na qual o programa estava inserido. Ficou patente também a diversidade de áreas dos concorrentes às vagas oferecidas. No entanto, nesse mesmo ano, a Capes sinalizou para a necessidade de reformulação da proposta, que foi encaminhada no final do ano, só recebendo o credenciamento da Capes no final de 2001, retardamento que impediu o programa de abrir novas turmas nesse período, embora o curso de mestrado continuasse com a turma selecionada anteriormente.
 
Atualmente, as novas tecnologias estabeleceram uma relação própria com os bens simbólicos, reorganizando, assim, as formas de sociabilidades em torno dos novos meios de comunicação. Além disto, percebe-se que, na nova configuração social, há preocupação com as formas de reorganização da memória e a busca de um equilíbrio para novo tratamento desses bens na era global das TICs.
 
Assim, reconhece-se a importância de se registrar a memória do Instituto de Ciência da Informação da UFBA que, com sua atuação, vem formando profissionais, atualiza-os e capacita-os para o exercício do pensamento crítico, por meio de discussões, debates e produção científica.
 
 
Referência:     
 
Barreto  A.Toutain L,B.  O Insituto de Ciência da Informação e sua História. In; UFBA : do século XIX ao século XXI  . – Salvador : EDUFBA, 2010.Pag 169 a 181. (Extrato do capitulo).
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